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Os sábios perfeitos da Antiguidade eram tão agudos,
tão subtis, tão profundos e tão universais que não se podia conhecê-los.
Não podendo conhecê-los, era necessário esforço para os compreender:
Eram prudentes, como quem passa um vau no Inverno;
Hesitantes, como quem teme os seus vizinhos;
Reservados como um convidado;
Instáveis como o gelo que funde;
Concentrados como o tronco de madeira bruto;
Extensos como o vale;
Turvos como a água lamacenta.
Quem sabe pelo repouso passar pouco a pouco do escuro ao claro?
E, pelo movimento, da calma à atividade?
Quem quer que preserve em si uma tal experiência não deseja ser satisfeito.
Não estando satisfeito, pode experimentar o habitual e renovar-se.

Tapas e Beijos
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