João Carlos Sobrinho, conhecido por todo mundo aqui como Fera, viu um dos ’’amigos de prancha’’ morrer em cima do asfalto por conta do tráfico. Daí para maquinar num caderninho como tirar essa juventude do crime foi um pulo: em 2 de fevereiro de 1995 criou a Escola Beneficente de Surfe Titãzinho.
No início as atividades eram simples e não havia muitas pranchas para a garotada entrar no mar e testar as manobras que treinavam na areia. Os humanistas e políticos de plantão também não tinham criado termos elegantes como “Responsabilidade Social”, sobretudo não havia a Secretaria da Juventude (Sejuv) para dar o modesto patrocínio de pranchas e pouco mais de R$ 300,00 mensais. Além do mais, naquele tempo surfar era coisa de malandro. ’’Muitas das pessoas daqui brincavam dizendo que eu era louco porque vivia agarrado toda hora escrevendo aulas de surfe num caderninho’’, lembra João Carlos.
’’Entre outros requisitos o surfe exige, de quem tem como objetivo se manter na crista da onda, sustentar a plena atenção, conhecer o movimento das marés, incluindo a geografia litorânea, aspectos relevantes do clima e do ar atmosférico local.’’
Fera confirma ser fundamental, no treinamento diário, aprender e exercitar na areia as manobras feitas dentro da água. ’’É importante ter tática para aprender mais rápido. Sempre digo para os meninos que é preciso muita vontade para ganhar a vida como surfista.’’ […]