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Um psiquiatra com quem converso me disse que a maior parte de nossa atividade cerebral está relacionada a limitar nossas impressões. Recebemos impressões demais, e o cérebro está encarregado de atenuar tudo. O problema, portanto, com “pessoas como você”, como ele diz, é que temos “filtros inadequados”. Em outras palavras, nossos cérebros não filtram bem, impressões demais são registradas.
Digamos que as nossas impressões sejam um buraco em um pedaço de papel através do qual podemos olhar. Há diversas perfurações em torno do buraco, e podemos observar diversos lugares que nos são muito desagradáveis, em termos pessoais, lugares que, nos termos que o psiquiatra propõe, pessoas com bons filtros não veem. Esses podem ser os lugares que mostramos em nossos filmes, que podem parecer experimentais aos olhos dos outros. Mas a “única” questão é que temos maus filtros. Conseguimos olhar através da folha de papel. Estamos olhando há muito tempo. É por isso, igualmente, que você se torna capaz de criar coisas interessantes de olhar. É como propiciar aos espectadores um pequeno vislumbre de coisas mais fantásticas.

Tapas e Beijos
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