Sobre o relançamento deste Manual, 13 anos depois

Este Manual é uma fotografia.

Uma fotografia que foi tirada em 2009 – ou seja, lá se vão 13 anos.

Naquela época já havia, sim: rede social, blogue… Mídias interativas e sempre em movimento. Mas este Manual, teimoso, se concebeu estático, paradinho, sujeito às trovoadas e céus azuis da História, disposto a mostrar na cara as impressões e provas da passagem do Tempo.

Só que…

É verdade: no meio desse caminho, emergiu um horrendo Inominável cercado de inominaveizinhos que, neste exato momento e faz quase quatro anos, vêm passando o trator em cima de toda palavra viva.

Mas é verdade também que, nesse mesmo meio de caminho, muita palavra viva arrombou retinas embotadas, e o fez da forma mais revoada, em vozes negras, vermelhas, roxas, rosas, translúcidas, pardas…

Esse relevo acidentado do Tempo e da História: será que se vê, se prevê, se revê, se desvê nos diálogos sugeridos neste Manual? Ou será que, amarelecido, este Manual-fotografia se relança agora justamente para rogar a ti, leitor, que atires, que jogues, que lances a primeira pedra?

“Não há nada mais original, mais nosso, que o nutrirmo-nos dos outros. Mas é preciso digeri-los. O leão é feito de carneiro assimilado.” (Paul Valéry)

São Paulo, 27 de agosto de 2022.


 

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